24 de novembro, dia acreano da cultura ayahuasqueira

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Manjedoura de Ouro

Maria estava à altura de testemunhar a visita de anjos.

Gabriel lhe trouxe a nova de que, entre todas, fora a escolhida para receber no ventre o filho do Altíssimo. E, assim, a singela moça abrigou em si a maior nobreza do mundo.

Para entregar o Salvador à humanidade, contou com o apoio precioso de José, servo do Senhor.

Mas, entre as coisas da terra, de que conforto dispôs? Que honrarias recebeu a mãe do filho de Deus naquela noite fria?

Para escapar da perseguição, um burrico. Como abrigo, um estábulo. Uns panos para enrolar o bebê. Uma manjedoura como berço. O bendito néctar do sustento alojado em seu peito. A companhia e o calor de alguns animais e a visita de gente simples.

No entanto, o casal portava consigo joia rara: sabia equilibrar-se sobre a linha da fé. Guiava-os a confiança no bem supremo. E trazia uma ciência: lugar ao sol é coração amoroso. Eis a maior dignidade. A grande segurança. A única garantia.

O perigo era vizinho, sim. Mas estavam absolutamente protegidos. Os recursos eram os mais modestos. Entretanto foram assistidos.

E uma coisa é certa: não houve festa mais feliz e rica do que a daquela noite. Porque a Estrela Divina brilhava no céu.


Onides Bonaccorsi Queiroz

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